Embora represente cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e mais de 65% dos empregos, o setor de serviços participa com apenas 15% do comércio internacional do país. Foi com esses números em mente que a ICC lançou nesta semana sua Comissão de Políticas de Comércio e Investimento no Brasil, visando aumentar o peso deste setor na balança comercial por meio de propostas que visam a eliminação de barreiras comerciais.
Para a tarefa foi convidado pelo Conselho Superior da entidade e empossado na última segunda-feira (14) como presidente da Comissão, o Diretor da WEG e ex-Secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho.
Também no evento, o Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, destacou que a agenda de comércio exterior é fundamental para o crescimento da economia a médio e longo prazo. “Essa agenda é vetor importante, inclusive, para a geração de emprego e renda”, afirmou Pereira.
Entre os objetivos da nova comissão da ICC, está a defesa da entrada do Brasil em tratados comerciais de serviços prioritários, como o Acordo de Comércio de Serviços (TISA), além da apresentação de proposições para melhorar a regulamentação. “Economias mais abertas são mais produtivas e há mais conexão de suas indústrias com as cadeias globais de valor”, destacou o presidente do ICC Brasil, Daniel Feffer.
O Diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes, disse que os setores industrial e de serviços estão interligados e deu exemplos de indústrias como a Embraer, de aviação, e a Marcopolo, de carrocerias para veículos automotores, que embutem serviços como treinamento e capacitação nas exportações de seus produtos. “As exportações de serviços no Brasil, nos últimos anos, vêm crescendo acima da média global”, ressaltou Fernandes. “A competitividade do Brasil no comércio de serviços passa pela redução tributária e das barreiras comerciais.”
Apesar do peso do setor para a economia, o Brasil possui apenas dois acordos comerciais de serviços, um com o Mercosul e outro com o Chile. Entre os acordos prioritários defendidos pela ICC está o de Comércio de Serviços (TISA), que conta com 50 países signatários que representam 70% do comércio internacional de serviços, e com a União Europeia e o México.
Neste sentido, a ICC desenvolverá um estudo sobre as barreiras regulatórias domésticas que o setor de serviços enfrenta no país. A iniciativa será acompanhada de consultas realizadas entre os membros da Comissão de Políticas de Comércio da ICC, para que seja formulada proposta de abertura e modernização ao governo federal.
O estudo compreenderá 30 setores, incluindo: construção civil; atacado; varejo; transporte terrestre, hidroviário e aéreo; serviços postais e courier; publicidade; serviços de televisão, audiovisual, música e produção; telecomunicações; serviços de tecnologia da informação (ICT); serviços financeiros; e seguros, resseguros e fundos de pensão.
As empresas e setores interessados em se associar à ICC para participar dos projetos da Comissão podem entrar em contato com Karim Aguilar – karim.aguilar@iccbrasil.org
Mais fotos do evento: https://www.iccbrasil.org/eventos-e-treinamentos/galerias/19/
Com Agência CNI de Notícias