Frente a um contexto de crise climática e ambiental, que demanda soluções sustentáveis urgentes, a ICC Brasil, capítulo nacional da maior organização empresarial do mundo, em parceria com a WayCarbon, maior consultoria estratégica com foco exclusivo em sustentabilidade e mudança do clima na América Latina, desenvolveram um estudo inédito sobre as oportunidades para o Brasil em mercados de carbono. Com o apoio da Suzano, Microsoft, Shell, Natura, Bayer e bp, as instituições apuraram que o potencial de geração de receitas com créditos de carbono até 2030 para o Brasil ficaria entre, aproximadamente, US$493 milhões e US$ 100 bilhões. Isso equivaleria a 1 gigaton (1bi de toneladas de CO2 equivalentes) ao longo da próxima década para os setores de agro, floresta e energia.
Comparativamente, há um registro acumulado de mais de 14.500 projetos de crédito de carbono ao redor do globo, que corresponderam à geração de quase 4 gigatons de tCO2 de créditos até 2020.
Diante de um ano tão importante e decisivo, com a realização da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP26, que acontece em novembro em Glasgow, que terá no centro das negociações a regulamentação do mercado regulado de carbono entre os países, o relatório, lançado durante o 4º Encontro O Brasil Quer Mais, no dia 29 de setembro, destaca o potencial brasileiro em um momento oportuno. O estudo aponta que, na próxima década, o Brasil tem potencial para suprir de 5% a 37,5% da demanda global do mercado voluntário e de 2% a 22% da demanda global do mercado regulado no âmbito da ONU.
Visto a oportunidade de atuação nos mercados de carbono globais e o destaque para os setores agropecuário, florestal e energético, entende-se que há um caminho a ser percorrido pelo governo brasileiro e pelo setor privado a fim de destravar e alavancar tais oportunidades de geração de receita, renda, saúde e bem-estar social.
O estudo traz mais de 10 recomendações essenciais, contemplando dois passos indispensáveis. O primeiro é entender os mercados de carbono como potencial de destravar oportunidades financeiras para planos de recuperação econômica e aceleração do crescimento sustentável da economia brasileira e o segundo, desenvolver sistemas de monitoramento, relato, verificação e redução de emissões robustos que abarquem todos os setores produtivos da NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) brasileira.
O estudo também foi destaque no Valor Econômico: “É um trabalho que serve para escancarar a grandeza do nosso potencial. Enquanto isso não for implementado, estamos perdendo dinheiro, destaca Gabriella Dorlhiac, diretora-executiva da ICC Brasil (…) Para ela, a adoção de melhores práticas ambientais e a redução das emissões não servirá apenas para gerar créditos de carbono, mas para abrir (ou manter abertos) mercados para as exportações brasileiras e viabilizar o financiamento de empresas em um mundo com novos padrões de sustentabilidade”.
Confira o relatório completo, sumário executivo e fact sheet.
Versões em inglês também estarão disponíveis em breve.